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Aplicação Zero – Um conceito criado para o controle de doenças na cultura da soja

Atualizado: 10 de fev. de 2023

Sabe-se que aumentar a produtividade é um fator que, em muitos casos, pode garantir o aumento da lucratividade de uma empresa rural. No entanto se o produtor busca aumentar a sua produtividade (um indicador que mede a produção por área), através da utilização de algumas tecnologias ou pacotes tecnológicos, é importante que ele fique atento aos produtos e/ou serviços disponíveis e que sejam utilizados no momento correto, para que se tenha efeito positivo.

A utilização de algumas ferramentas e produtos podem ser a chave para combater fatores que diminuam a produtividade e, consequentemente, o lucro de uma lavoura, principalmente quando esses fatores são as doenças causados por microrganismos. Dentre as doenças mais devastadoras podemos citar a ferrugem-asiática (Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi), onde, de acordo com a EMBRAPA, é capaz de causar perdas de até 90% nas plantações de soja.


Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

Umas das formas de combater as doenças é através do monitoramento desde o plantio e da aplicação de fungicidas específicos para a cultura, capazes de combater os inóculos de manchas foliares, ferrugens e outros enfermidades que prejudicam o desenvolvimento da planta.

A aplicação Zero é utilizada na cultura da soja, sendo uma tecnologia de aplicação recente, que visa realizar uma aplicação curativa de fungicida antes das aplicações convencionais.


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Assim a Aplicação Zero vem com o objetivo de combater os inóculos presentes na lavoura, especialmente inóculos de manchas foliares nas folhas baixeiras. Sendo realizada por volta dos 30 dias após a emergência das plantas (30 DAE), onde a cultura está entre os estádios V3 e V4, o que coincide com a primeira aplicação de controle de plantas daninhas após o plantio.

Esse método é eficaz em áreas onde há pouca cobertura do solo, áreas que as condições climáticas podem favorecer o desenvolvimento de doenças, ou seja, locais com alta umidade e regiões com histórico de grandes infestações de doenças fúngicas nas folhas do baixeiro.


Plantio de soja com pouca palhada

Um dos pontos importantes na aplicação Zero é manter a pontualidade da aplicação, ou seja, manter a programação das aplicações, já que o período de aplicação zero até a aplicação verdadeira é muito curto, desse modo é de suma importância realizar a aplicação verdadeira entre 10 a 12 dias após a aplicação zero. Para que o novo método de controle de doenças funcione é necessário pontualidade.


Período das aplicações

Os períodos de aplicações nada mais é do que a realização da aplicação convencional juntamente com a aplicação Zero. Onde a partir da primeira aplicação, as outras aplicações devem ser realizadas com intervalo máximo de 15 dias.

Os fungicidas usados são tanto os curativos como os preventivos, onde na aplicação Zero é utilizado fungicidas curativos. Já na 1° aplicação mistura-se os produtos (curativo + preventivo); na 2° segunda aplicação usa-se apenas o preventivo. No entanto, é recomendado utilizar 2 princípios ativos diferentes. A partir da 3° e 4° aplicação, a utilização de preventivos ou curativos vai depender da incidência de inóculos no campo e da recomendação do técnico responsável, portanto, é preciso conhecer a área e seu histórico de doenças.


Quadro de aplicações

Essa tecnologia pode contribuir para um aumento na produtividade, mas é necessário que o cronograma de aplicação seja cumprido a risca, tendo em vista que atrasar a aplicação Zero acaba atrasando todas as outras aplicações. Também é necessário prestar atenção nas condições ambientais na hora da aplicação, pois condições adversas, como por exemplo a falta de umidade no solo, pode causar fitotoxicidade na planta.


Fitotoxicidade causada por fungicida

Outro ponto para ressaltar é a incompatibilidade existente entre alguns herbicidas e fungicidas, como por exemplo o gliphosate e o mancozeb, onde o gliphosate necessita de um pH abaixo de 4,0 (mais ácido) para sua melhor eficiência, já o fungicida mancozeb precisa de uma calda com pH 5,0 (menos ácido). Essas incompatibilidades podem reduzir o sucesso da aplicação.

Se caso os amigos quiserem aprofundar mais no assunto temos abaixo, nas referências, alguns links e um arquivo em PDF que abordam esse tema.


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Referências





Inovação, tecnologias digitais e sustentabilidade da soja - ANAIS2018
.pdf
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