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Garantindo o sucesso da colheita: a importância da nutrição adequada de plantas

Atualizado: 13 de mar. de 2023

O Brasil é destaque mundial na produção de alimentos como grãos, carnes e frutos. O país também é um dos principais exportadores de commodities agrícolas, que são elas: soja, café e açúcar. Como consequência disso, a agricultura é fundamental para a economia e o bem-estar do país, gerando empregos e renda para as comunidades rurais.


Para garantir a continuidade deste destaque e da competitividade da agricultura brasileira, é extremamente importante que as plantas tenham acesso aos nutrientes de forma adequada. A produção eficiente de alimentos, tanto em pequena quanto em larga escala, depende disso.


O fornecimento inadequado desses nutrientes pode afetar significativamente a fisiologia das plantas e prejudicar sua produção. Por exemplo, a falta de nitrogênio pode comprometer o crescimento da parte área da planta e resultar na diminuição da quantidade de grãos produzidos pelo milho. Da mesma forma, a falta de fósforo pode prejudicar o desenvolvimento de raízes e afetar negativamente a produção de flores e frutos em plantas, como a laranja.

O que é Fisiologia de Plantas?

Fisiologia de Plantas: A fisiologia de plantas é o estudo dos processos biológicos e sobreviventes que ocorrem nas plantas, desde o crescimento até a reprodução. Isso inclui o estudo de como as plantas absorvem nutrientes e água, como realizar a fotossíntese, como tolerar e se desenvolver, como responder a estímulos externos, como realizar a reprodução, entre outros processos.

A fisiologia de plantas é importante porque nos ajuda a entender como as plantas funcionam e interagem com seu ambiente, o que pode ser útil para melhorar a produção agrícola, melhorar a resistência de plantas a doenças e pragas, desenvolver novas técnicas de cultivo, entre outras aplicações práticas.


Além disso, a nutrição inadequada pode tornar as plantas mais suscetíveis a doenças e ao ataque de pragas. É crucial, portanto, garantir uma oferta contínua e equilibrada de nutrientes, incluindo nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre e outros minerais essenciais.


O fornecimento inadequado desses nutrientes às plantas pode causar problemas físicos e fisiológicos que afetam sua produção. Algumas dessas deficiência incluem:

  • Clorose foliar em culturas como soja, milho, trigo e cana-de-açúcar: A falta de nutrientes como nitrogênio, ferro e magnésio pode resultar em clorose nas folhas dessas plantas. Quando ocorre a falta de nitrogênio, ocorre a redução da produção de clorofila, que é responsável por dar a cor verde às plantas e sua falta pode levar a uma redução no tamanho das folhas. Já a falta de ferro pode resultar na clorose internerval, que é a quebra da cor verde nas folhas, deixando somente as nervuras verdes. Por outro lado, a falta de magnésio pode resultar em manchas marrons nas folhas e uma redução na produção de clorofila. Esses problemas de clorose podem prejudicar a produção dessas culturas.


Figura 1. Clorose causada por deficiência de Nitrogênio em soja;

Imagem: Yara Brasil.


Figura 2. Clorose causada por deficiência de Magnésio em milho;

Imagem: Yara Brasil.


Figura 3. Clorose causada por deficiência de Ferro em cana-de-açúcar.

Imagem: Yara Brasil.


  • Encolhimento de raízes em culturas como frutas, hortaliças e grãos: esse problema é causado pela falta de fósforo e potássio, nutrientes essenciais para o desenvolvimento da raiz da planta. O fósforo é importante para produção de enzimas e para o transporte de energia na planta. Quando há falta de fósforo, as raízes tendem a ser menores e de menor qualidade, prejudicando a absorção de água e outros nutrientes. Além disso, o potássio é importante para o transporte de água e outros nutrientes na planta, bem como para a produção de proteínas e para o crescimento da raiz. Quando há falta de potássio, as raízes, assim como quando há falta de fósforo, tendem a terem seu porte reduzido e menor qualidade, afetando a absorção de água e demais nutrientes.


Figura 4. Retardo geral de crescimento de tomateiro.

Retardo geral de crescimento de tomateiro

Imagem: EMBRAPA.


  • Redução de crescimento em culturas como café, algodão e cacau: A falta de nitrogênio, potássio e cobre pode resultar em um crescimento reduzido dessas culturas. O nitrogênio é importante para o crescimento e a produção de clorofila, portanto, sua falta pode levar a uma redução no crescimento das plantas, em geral. Já a falta de potássio, pode resultar na eficiência do transporte de água ao longo da planta, prejudicando o seu crescimento. E a falta de cobre pode, além de resultar na redução da produção de clorofila, pode resultar na redução da eficiência da utilização do nitrogênio, prejudicando desta forma o crescimento dessas plantas.


Figura 5. Redução de crescimento causado por deficiência de Nitrogênio em Café.

Imagem: Yara Brasil.


Figura 6. Redução de crescimento causado por deficiência de Cobre em Café;


Figura 7. Redução de crescimento causado por deficiência de Nitrogênio em Algodão.


  • Problemas de floração e frutificação em culturas como laranja, abacaxi e mamão: a falta de fósforo pode resultar em uma floração insuficiente, prejudicando o processo de produção de frutos. Além disso, a falta de potássio pode afetar a formação de frutos, tornando-os menores e de má qualidade. Esses problemas podem afetar diretamente a produção de sementes e frutos dessas culturas, prejudicando a colheita e diminuindo a qualidade do produto.


  • Problemas de germinação em culturas como soja, milho e algodão: A falta de cobre pode levar a problemas de germinação nas culturas da soja, milho e algodão. O cobre é importante para o processo de germinação das sementes, uma vez que desempenha um papel fundamental na divisão celular e na formação de tecidos responsáveis pela nutrição das plântulas. Já o boro é importante para a formação de novos tecidos, incluindo o caule e o colo da raiz, bem como para o transporte de nutrientes pelo xilema e a formação de células da parede celular. A falta destes nutrientes pode resultar em problemas de germinação, prejudicando a produção dessas culturas.


A aplicação de adubos e fertilizantes é uma abordagem eficaz para fornecer nutrientes às plantas, mas também é importante considerar a qualidade do solo e sua capacidade de retê-los. A rotação de culturas, o uso de coberturas mortas e a adição de matéria orgânicas também são táticas efetivas para melhorar a nutrição de plantas. Mas esses são assuntos para uma próxima publicação, quando for realiza seu link ficará disponível (aqui).


Caso a propriedade ainda não tenha um histórico sobre as operações e aplicações de insumos, comece o quanto antes. O histórico da manutenção de fertilidade é importante, uma vez que permite ao responsável pela propriedade controlar e monitorar o uso de fertilizantes, correção de solo e as demais práticas agrícolas. Além disso, o histórico permite a identificação e correção de problemas de fertilidade ainda em sua fase inicial, antes que causem grandes perdas; o histórico também possibilita a realização de um planejamento mais detalhado para as próximas safras, aumentando a eficiência das atividades e planejamento de custos.


A nutrição adequada de plantas é fundamental para garantir o sucesso da colheita. Uma planta bem nutrida é mais resistente a doenças e pragas, produz frutos de melhor qualidade e em maior quantidade, e contribui para a sustentabilidade do cultivo a longo prazo. Investir em fertilização e adubação é um passo importante para garantir a saúde das plantas, além de trazer benefícios para o produtor, como o aumento da produtividade e da rentabilidade da propriedade. É preciso estar atento às necessidades nutricionais de cada espécie de planta e necessidade nutricional verificada na amostragem de solo, seguir as orientações de um profissional técnico (Engenheiro Agrônomo), utilizando produtos de qualidade, para garantir uma colheita de sucesso.


Referências:

Bang, T. C., Husted, S., Laursen, K. H., Persson, D. P., & Schjoerring, J. K. The molecular‐physiological functions of mineral macronutrients and their consequences for deficiency symptoms in plants. New Phytologist. v. 229, p. 2446-2469, 2021. doi: 10.1111/nph.17074


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