Sabe-se que a pecuária de corte é uma importante atividade econômica para a balança comercial brasileira. Segundo dados do IBGE (2016), a bovinocultura de corte foi responsável por cerca de 30% da produção do setor do Agronegócio brasileiro. O maior rebanho bovino de corte está no estado de Mato Grosso, seguido pelos estados de Goiás e Pará.
Diferentemente de países como a Austrália e os EUA, no Brasil, a maior parte do rebanho nacional é criado de forma extensiva (veja o post: Pecuária de corte: Extensivo, semi-intensivo e intensivo). Isso quer dizer que a principal fonte de alimento dos bovinos são as plantas forrageiras, principalmente as braquiárias. Então, o produtor deve ter uma atenção especial com o pasto, realizando sempre o correto manejo das pastagens e controlando os insetos-praga que podem diminuir a carga animal na área (UA/ha).
Um dos insetos-praga que mais afetam e diminuem a produção das forrageiras é a cigarrinha-das-pastagens, devido ao seu alto nível populacional, severidade de dano e ocorrência generalizada.
São várias as espécies de cigarrinhas que atacam o capim, onde podemos destacar algumas, como a Notozulia entreriana (mais comum na região nordeste), Deois incompleta (encontrada na região norte), Deois flavopicta (encontrada na região central do país) e a Mahanarva fimbriolata (Cigarrinha-das-raízes), muito comum na cultura da cana-de-açúcar, mas que também ataca as pastagens).
As cigarrinhas sugam a seiva das raízes do capim, causando uma "queima" (amarelecimento, seca e perda de vigor) nas folhas do capim (Figura 1), o que impede o seu crescimento e desenvolvimento, dando lugar às plantas invasoras na pastagem.
Figura 1 - Faixa de capim braquiária amarelecido devido ao ataque de cigarrinhas.
Fonte: Próprio autor.
Esse inseto possui um ciclo de vida de ovo (Figura 2), ninfa (Figura 3) e adulto (Figura 4), onde na fase de ninfa, produz uma espuma típica na base da touceira do capim, como mostra a figura 5.
Figura 2 - Nesta imagem, feita por microscópio, o ovo de cigarrinha está dentro do círculo vermelho.
Fonte: Próprio autor.
Figura 3 - Imagem feita por microscópio que mostra a cigarrinha-das-pastagens na fase de ninfa, suas asas ainda não estão completamente formadas.
Fonte: Próprio autor.
Figura 4 - Inseto adulto da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), que também ataca as pastagens.
Fonte: Próprio autor.
Figura 5 - Touceira de capim B. brizantha cv. Xaraés com espumas de cigarrinha-das-pastagens em sua base.
Fonte: Próprio autor.
O controle mais comum da cigarrinha-das-pastagens é o químico, realizado através da aplicação de inseticidas que combatem as fases ninfa e adulta do inseto. No entanto, o controle biológico também é uma solução, em que o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae coloniza a cigarrinha através de uma epizootia, causando sua morte (Figura 6).
Figura 6 - Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata) colonizada pelo Metarhizium anisopliae.
Fonte: Próprio autor.
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Referências